Medo
Medo. Que palavra tão feia. Tão pequena, mas com um significado tão poderoso. Tenho medo. Tenho muito medo de muitas coisas e durante muito tempo vivi na mentira, pensando que era a única que sentia medo. Medo só porque sim. Medo de coisas das quais não devemos sentir medo. Medo de mim própria, por vezes, até. Quando nos sentimos esquisitos, diferentes dos outros, porque somos os únicos a ter medos e os todos os outros vivem felizes e contentes no seu bonito paraíso, é desconfortável. Senti-me estranha e diferente até um dia entender que todos temos medos. Muitos medos. Pequenos ou grandes medos. Uns escondem-nos pior do que outros. Aprendi também que não faz mal ter medo. Aprendi que virar a cara ao que receamos, fugindo desesperadamente para sempre não é o caminho para a felicidade. Devemos partilhar os nossos medos, a nossa dor, devemos enfrentar o que mais nos assusta. É uma tarefa bem difícil, longe de mim sequer pensar em negá-lo. Mas é necessária. Para além disso, não temos de estar sozinhos. Não tenham medo de partilhar o que vos incomoda com as outras pessoas. Os amigos entendem, até porque eles também têm os seus receios e medos. Não vou mentir e dizer que no dia em que partilharem as vossas preocupações com alguém, os vossos receios vão desaparecer. Não vou mentir dizendo que quando enfrentarem o medo de frente, ele foge com o rabinho entre as pernas. Na maior parte das vezes não é assim tão fácil, infelizmente. Mas ajuda, prometo que sim.
Não tenham medo do medo.