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A minha mão na tua
Os sussurros deles
Caminhamos pela rua
Para seres mesquinhos
Como aqueles
Falarem do nosso amor
Como se estivessem sozinhos
Eu finjo que não ouço
Tu finges que não vês
Mas não posso
Ignorar o rubor
Da tua tez
Quando ouves o que o que dizem
O mal que falam
Oxalá que nunca enraízem
A discórdia entre nós.
Lanço olhares que os calam,
Por aqui e por além,
Querem ver-nos reduzidos
A pós,
A ninguém.
Tanto lutei contra
Essa gente conturbada
Que, de tão reles,
É pouco mais que nada
Para eles,
A vida é uma montra,
Que criticam ao passar
Se ao menos eles soubessem
O quanto podem magoar
Talvez parassem
Ou então
Talvez continuassem
Talvez seja esse o objetivo
Mas, queiram parar ou não,
Ficarei contigo.
Porque a vida é nossa
E não de quem dela fala
E ninguém em nós fará mossa
Quem somos ninguém abala
Por isso que continuem,
Se são felizes assim
Mas que saibam que não contribuem
Para te afastar de mim.
Se eles nos quiserem julgar
Sem o mínimo pudor
Se quiserem questionar
Quem os teus lábios beija
Então, meu amor,
Que seja.
As malas rolam
Pelo chão polido
Meus olhos choram
Como se outra existência
Nunca tivessem conhecido
Pergunto-me se será
Coincidência
Ou se é a vida, má,
Que gosta
De nos roubar
A nossa razão de existir
Em ti, tristeza posta
Porque é que tens de ir?
Prometes que em breve
Vais voltar,
Logo que no chão
Caia neve
E nem sonhas
O quanto o meu coração
Não sabe esperar
Para que junto a mim te ponhas
No ar uma canção
Uma harmonia
De despedida
Um canto de ansiedade
Para quem terá de viver
Cada dia
Sem a razão da sua vida
E de que vale correr
Se na meta não está felicidade?
Na garganta, um nó
Vais voar para longe
E eu, que nem monge,
Fico só
Caminho pelo mundo.
De mim ninguém tem memória.
Não sou mais do que um segundo
Nessa universal vasta História.
Elas circulam em torno de mim,
Delas estou à mercê.
Dentro de cada, um animal ruim.
E parece que ninguém vê.
Dentro de cada, uma fera.
Animais ferozes.
Delas ninguém espera
Menos do que ataques sangrentos, atrozes.
Finjo que não vejo
O mal que me querem fazer.
Nego o seu desejo
De me verem sofrer.
Pois que elas só atacam
Quando são desmascaradas
E elas nunca perdoam,
Pois nunca foram perdoadas.
Mas seduzem-me com cada vaidade,
Cada uma é um ser fascinante.
Tirem-lhes a liberdade,
Mas mantenham-lhes no dedo o diamante.
Quanto mais as conheço,
Mais medo tenho delas,
Mas não há maior apreço
Do que o meu por criaturas como aquelas.
Por muito que me possam magoar,
Protegem-me da solidão.
São o meu luar,
Afastando a total escuridão.
As pessoas são balas
Que evito pelo caminho,
Mas prefiro encontrá-las
A ficar sozinho.
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