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Inspiration Lab

Nada

Quem me dera ser feita de nada. Quem me dera estar tão perdida como encontrada. Quem me dera poder saber como me livrar deste meu tão pouco misericordioso sofrer. Hoje, tudo o que já não sou daria para nada ser. Hoje, tudo o que eu queria era dessa forma tão cheia que tanto espaço ocupa mas nada preenche, dessa forma tão vazia, poder viver. Quem me dera não querer saber.
Mas eu sou tudo menos nada e nunca nada serei. Estou condenada a sofrer por mim, a doer por quem parte de mim é, a chorar por quem comigo nunca estará. Sofrerei. E esta parte de mim que mais de mim do que quem sou é que deixa a minha mente num tumulto, que não me permite ser menos do que tudo, jamais morrerá.
E, neste caminho tão atribulado, resta-me arranjar tempo, encontrar um bocado, para fazer desaparecer esta minha tão inconsciente e teimosa mania de tudo para todos neste mundo tentar ser. Mas como posso eu essa paz de que todos falam encontrar se pela vida corro, recusando-me a parar? Como posso eu o âmago da minha própria existência descobrir, se já por mim foram bloqueados os caminhos pelos quais devia seguir?
E, já que pareço condenada a manter-me bem afastada da vitória, encontro como única escapatória o lugar onde se me distorce a memória, onde esta tão barulhenta parte de mim tende a calar.
Deixo-me, então, mergulhar nessa tão doce inconsciência que parece ser a única maneira de me libertar desta tão negra essência -que tanto insiste em me assombrar- de quem passou a vida inteira tentando viver sem nunca falhar.

Melhor de Mim

Quem mais posso eu ser por quem me quer sempre diferente? Que mais posso eu ser, para agradar a esta gente, eternamente descontente?
Mente-me a alma, dizendo-me que aonde quero chegarei, mas passo os dias sofrendo por não saber o que sei. Vivo, então, na agonia, de não saber se um dia quem eu sou conhecerei.
Consola-me a mentirosa alegria de ter tantos que me encorajam, mesmo que acabem por me abandonar. Que inglória tarefa esta, de tanto querer agradar a quem tanto me dá festas como me faz chorar.
Caminho, então, por estas ruas cheias de nada, tendo como única companhia a solidão, nesta só minha estrada de morta esperança e já velha compaixão.
Ainda anseio saber que tão doce fruto colherei da minha tão tenra idade. Ainda procuro o que nunca encontrei. Ainda busco a verdade.
Morre, entre o existir da forma mais intensa já alguma vez experimentada e o ser menos que nada, tão aclamado talento meu, levado pelo vento que todas as outras virtudes minhas colheu.
E entre as inquietudes de ter tudo e em torno de coisa alguma conseguir a minha mão fechar, perco-me, esperando com a infiel crença que mantém o meu respirar, que quem não hesitou em lançar-me às feras me venha salvar.
Procuro, assim, entender que mais sou se não quem quem nada sabe me quer ver ser. Procuro, assim, compreender que tão imperdoável mal cometi para sair sempre a perder. Procuro entender porque tudo é assim. Procuro saber porque me perdi enquanto buscava o melhor de mim.

Depois

Somos a geração do depois. Do mais logo. Do fica para mais tarde. Temos muito para dizer, mas falta-nos a coragem para dar voz aos nossos pensamentos. Mantemos os sentimentos que de nós tomam conta enjaulados na prisão dos nossos anseios e indecisões. Esperamos que os outros lutem pelo que desejamos ver feito. Desejamos que os nossos sonhos sejam realizados, mas nada fazemos para além de sonhar. Somos as letras soltas na mente de um poeta. Somos os rabiscos num pedaço de papel de um artista. Somos o que ainda nada é, pouco fazemos para nada deixarmos de ser, ignoramos o tudo em que nos podemos tornar.
Porque mais tarde por vezes é tarde de mais. E quem disse que nunca é tarde nunca se viu perder por ter perdido todas as oportunidades de dizer o que tinha para dizer. Porque só parecemos querer dizer tudo, fazer tudo, ser tudo, quando nada já podemos dizer, quando já nada pode ser feito, quando deixamos ir quem tanto desejávamos ser. Porque o medo mata mais sonhos, mais propósitos, mais desejos e mais vidas do que o falhanço alguma vez matará. E só começamos a viver realmente quando deixamos de lado os medos, desistimos de adiar o inadiável e abraçamos o objetivo de concretizar o que necessita de ser concretizado.
O amanhã é garantido, sim. Amanhã, o sol nascerá. Mas estaremos cá nós para o ver nascer? Um novo dia trará novas oportunidades, sim. Mas teremos nós a sorte de com elas sermos presenteados? Aproveitemos, então, este magnífico hoje que temos a sorte de viver para fazer tudo aquilo que não é certo que possamos fazer no dia que aí vem.

amante indigno

Eu podia amar-te. Cuidar-te. Podia ser quem tu procuras. Podia ser quem te consola, quem te motiva, quem te faz sentir viva. Podia ser quem tu mais precisas de conhecer. Podia levar-te em viagens por terras que nem sabes que existem. Podia fazer-te rir até esqueceres todos os que te fizeram chorar. Podia apagar em ti o sofrimento. Podia fazer teu todo o momento. Podia iluminar-te. Eu podia amar-te.
Podíamos ser um só, mas a vida de mim não tem dó. E estou destinado a suspirar por quem por outros suspira. E ouvir-te falar de quem o teu coração tanto faz palpitar mata-me devagar. E saber que para mim és tudo enquanto aos teus olhos sou pouco mais que nada corta-me o respirar.
Eu podia amar-te. Mas o amor parece desprezar quem mais ama. E enquanto tu suspiras quando o vês passar, eu fico no meu lugar, tentando ignorar sentimentos tão fortes que se recusam a me abandonar. E contenho a minha ira quando te vejo desesperar, inutilmente tentando agarrar a atenção de quem já te ultrapassou. Eu podia amar-te, mas estás presa a quem um dia te amou. Eu podia amar-te, mas tu só amas quem já não te quer. Eu podia amar-te, mas pareces determinada a perder. Eu podia consolar-te nessas noites em que de ti o teu sofrimento brota por quem mais desejas não se deter a em ti pensar. Eu devia afastar-me, com pouco não me contentar. Mas limpar as tuas lágrimas, secar o sofrimento que outro em ti plantou é mais do que amar-te ao longe mais do que alguém amou. Então se é meu destino ser o confidente amigo, amante indigno, é isso que sou. Nunca pensei nem de mim próprio ser rei mas é num servo do que queres, do que sentes, de quem amas, que a vida me tornou. E onde está essa revolta que devia sentir por de mim me teres roubado? E onde está o meu desespero por me sentir tão pouco desesperado? Talvez tenham partido pelo mesmo caminho que tomou tudo o resto que um dia fez parte de mim mas que hoje já não é parte de quem sou.

Fogo

De canal em canal, oiço histórias cada vez mais trágicas. Tento não pensar, mas penso. Tento não sofrer, mas sofro. Tento dissociar-me dos corpos que foram consumidos pelas ardentes chamas do erros que não podem mais ser ignorados, mas não consigo. Quando olho para aqueles corpos queimados, para aquelas vidas perdidas, vejo gente. Gente que tinha família, sonhos, objetivos. Gente que, num piscar de olhos, perdeu tudo isso. E a dor de quem perdeu toda essa gente. É demasiado para que possa processar.

Eu já nem quero saber de quem a culpa. Só sei que sinto repulsa por quem tem a ousadia de pensar que tem o direito de levar toda esta gente para um lugar onde não pertencem. Ainda não. Quem pode ser alguém para se achar no direito de separar eternamente famílias, de destruir trabalhos de vidas, de despedaçar corações? Eu não sei se é por dinheiro, por poder, por piromania, por estupidez. Nem quero saber. Só sei que está errado. Só sei que há matas a ser limpas e património precioso a ser protegido. Só sei que de nada adianta as palavras de pêsames, as bandeiras a meia haste, os apertos de mão, os abraços sentidos. Nada disso importa quando há sangue derramado, carne carbonizada, corações partidos que nunca serão completamente curados. 

Deixo-me afundar nesta tóxica impotência de nada poder fazer. Atualizo páginas de informação, passo de tecla em tecla no comando, como se as mesmas notícias, os mesmos números (que muito mais que isso são), me pudessem trazer algum conforto. Como se tudo o que, não só nestes últimos dias, mas durante todo este trágico ano, se resumiu a cinzas, pudesse voltar a erguer-se. Só que não pode. E há males que não podem ser remediados. O que não quer dizer que males futuros não possam ser prevenidos.

Abismo

Talvez possa parecer mais fatal do que esse destino a que te entregas pedir-te que pela fatalidade não optes.
Tu és mais. És mais do que és. És mais do que esse teu olhar que se recusa a parar de fixar os teus pés. És mais do que a tua voz envergonhada, tão tímida, tão assustada, tão receosa de ser julgada ou erradamente interpretada, que tanto tem para dizer mas que por insegurança se acanha. Tu és mais do que julgas ser. E tens tanto para viver. Tanto para descobrir. Tanto mundo, tanta gente para conhecer. O melhor que há em ti está ainda por revelar. Em mil pedaços desfaz o meu coração saber que te poderia estender a mão, mas é ainda maior o aperto que no peito sinto ao pensar que, ao interferir com o teu caminho atribulado, poderia o teu percurso perturbar. E pelos nossos caminhos só a nós nos cabe caminhar. E nas tuas lutas, certo estou, hás-de triunfar.
Mas tu não sabes quem és. E estás farta de lutar. É fácil, não é? Quando tudo nos corre bem continuar a sonhar. Mas então e quando tudo desaba? E quando nada dá certo? E quando as interrogações que por retóricas tomamos nos intoxicam, afogando-nos em todas as respostas que não desejamos dar?
Pudesse eu ser quem a tua mão segura e a teu lado estaria já a caminhar. Mas eu não sou mais do que parte de ti. Não sou mais do que mais não sou. Sou quem serás se não desistires. Sou quem serás se prosseguires. Sou quem serás se continuares. Sou quem serás se a parar de lutar te recusares.
Estás à beira do abismo, e seria tão confortável saltar. Tão fugaz, tão simples, tão fácil escapatória ao cruel mundo que tanto receias enfrentar. Por vezes, o mais assustador não é saltar para o incógnito, mas sim prosseguir no que demasiado bem se conhece. Seria tão mais fácil eternamente dormir do que por mais um dia falsos sorrisos que a tua tempestade interior camuflam a todos dirigir. Seria simples como respirar parar de o fazer. Seria como finalmente poder descansar, depois de tanto correr. Podes não saber quem és. Certamente não sabes quem, se as escolhas certas fizeres, um dia serás. Mas de algo noção deves ter: És mais do que alguém que nasceu para morrer.

queres dançar comigo?

Eu não sou princesa de vestidos de baile e saltos altos. Eu sou aventureira, de sapatilhas e calças rasgadas. Gosto de dançar até já não me aguentar nos pés. Gosto de rir até deixar de sentir. Gosto de pessoas, gosto de momentos que me fazem sentir viva. Gosto de ver quem mais amo a sorrir. A rir. Gosto de ver o sol nascer deitada na areia arrefecida pelas trevas. Gosto de abraços intermináveis. Gosto de corridas, de aventuras, de desafios. Gosto de gente que não receia admitir que é apenas isso, apenas gente. Gosto de gente que ama, gente que vive, gente que não receia a vida. Gosto de ti.
Não sou uma só pessoa. Sou milhares delas. Milhares de pequenas pessoas, pequenas pessoas com as suas necessidades, vontades e opiniões habitam dentro de mim. Talvez seja isso que me torna tão inconstante. Nada em mim é preto no branco. Na minha essência existem muitas transparências, muitos cinzentos, muitos arco-íris. Sou rapariga complicada. Impressiono-me com tudo, enervo-me por nada. Amo a vida, mas nem sempre me apetece viver. Domino a corrida, mas nem sempre quero correr. A minha demanda não é em linha reta. O meu caminho é um louco conjunto de montanhas russas, de íngremes montanhas, de infindáveis desafios. Sei muito de pouco e pouco de muito. Visto-me como ninguém se veste, ouço a música que ninguém ouve, falo como ninguém fala, amo como ninguém ama, vivo como ninguém vive. E sou feliz assim. Prefiro o silêncio às palavras ocas de quem nada tem para dizer mas que se limita a falar só porque sim. Só para não se calar. Não gosto de falar sobre o tempo. Não gosto de conversas de conveniência. A vida é demasiado curta para conversas que não nos levam a lado nenhum! Quero sentar-me com a cabeça sobre o teu peito e discutir os assuntos que todos parecem ter medo de discutir, ao ritmo do teu coração. Quero ouvir para aprender e não para responder. Quero ser quem sou, quero lixar-me para o que os outros pensam que sou. Quero viver a vida à minha maneira, quero abraçar esta gloriosa confusão que sou. Caramba! A vida são dois dias, e eu não quero passá-los a sofrer por quem não me compreende nem quer compreender! Não quero passá-los a lamentar-me por quem não sou nem nunca poderei ser! Por mim, a vida podia ser apenas meio dia. Se esse meio dia fosse bem aproveitado, nada ficaria por fazer.
Nem todos podem lidar com quem eu sou. Nem todos aceitam o que significo. Já perdi a conta das vezes em que fui mastigada e cuspida, tipo pastilha elástica, por não ser quem esperavam que fosse. A vida já me tramou muitas vezes, sabes? Já me pregou inúmeras partidas. Talvez um dia já tenha sido uma obra de arte. Mas agora estou remendada. Estou partida. Para muitos, estou estragada. Mas estragada porquê, exatamente? Porque vivi? Porque fui à luta e nem sempre venci? Porque tenho cicatrizes que todos os dias me relembram de que tentei, de que sou uma lutadora, de que não baixo as minhas armas ao avistar o primeiro obstáculo? É isso que é estar estragado? Se é, então estou estragada, bem estragada, e com orgulho!
Não sou princesa delicada. Mas também não quero ser. Porque as princesas delicadas fogem dos bailes logo que soam as doze badaladas, e eu gosto de dançar até ao amanhecer. Queres dançar comigo?

ser ou não ser

Perdesse eu essa esperança que de lá do fundo me levanta, encantando-me com o seu ardiloso mentir. Deixasse eu de tanto sonhar, passando a cegamente confiar no que a razão tão firmemente me segreda, no que discerne o meu olhar. Tivesse eu facilidade em esquecer esta minha idade que a experiência consigo insiste em carregar. Tivesse eu esse talento de ser quem não sou e seria, de momento, alguém que muito mais já voou. Tivesse eu essa vontade de dizer adeus à liberdade que não me prende em lado algum. Fosse eu tão diferente, andasse eu tão contente com o que prende tanta outra gente ao seu respirar. Procurasse eu também contentamento no que a tantos dá alento. Esquecesse eu o tão forte sentimento que, sem prévio aviso, me invade, deixando-me a duvidar. Tivesse eu feito escolhas diferentes a meu respeito que nem hoje nem nunca abandonam o meu pensar. Fosse eu o que tantos outros são, tão diferentes, tão iguais, tão divergentes dos meus ideais. Fosse eu como essa gente que pratica o que tão efusivamente critica. Soubesse eu tanto como eles, que na sua ignorância acreditam saber o que ser feliz implica.
Tão fácil seria ser como tantos outros são! Esquecer o que me diz o meu incansável, sensível, tão pouco corrompível coração. Desistir dos meus sonhos que, de tão intensamente sonhados, parte de mim já são. Calar os meus olhos que não me deixam fugir do que sinto e me abandonam quando minto, quando me esqueço de quem nasci para ser. Calar o desejo de ver alguém que é tão simples de ser em mim crescer. Silenciar esta forte minha vontade de lutar pela verdade.
Mas será que quero ser como os que tanto querem fazer caber todo o globo na sua mão? Será que me quero assemelhar aos tantos que tanto desejam vencer sem sequer lutar? Será que me quero perder nesta infinita estrada onde tantos irão morrer? Será que me quero tornar em mais alguém cheio de nada? Não, obrigada.

descobertas

A sua face voltada escondia a expressão de dor que dela tomava conta. Mas não escondia os ombros afundados como se carregassem o mundo inteiro. Não escondia as mãos tremelicantes nem as pernas hirtas, maneiras diferentes de tentar canalizar a mesma emoção. Não escondia a dor que lhe corroía o coração.
Mas que vontade de desistir! De virar costas a tudo. De esquecer tudo o que a magoava. Tudo o que dentro dela guardava. De viver uma vida que é mais que constantes preocupações. Constantes desilusões. Constantes adeus. Que vontade de dizer adeus a tudo o que a magoava! Devia desistir, mas ela continuava! Porque enquanto parte dela de tudo queria fugir, de tudo se queria esconder, parte de si sabia também que não era fugindo dos seus monstros que os mataria. Não era virando costas à vida que ela se dissiparia.
"O que se passa?" Aquela frase. Aquela frase que ouvira dezenas, centenas de vezes anteriormente mas que nunca nada para ela significara. Aquela frase, aquela pergunta que normalmente não passava de uma forma de fugir dela. De ser educado. De perguntar sem realmente desejar uma resposta. Mas o agora não era normalmente. E os outros não eram ele.
Queria falar. Queria deixar fluir tudo o que dentro de si há anos se acumulava. Queria parar de se julgar por ser humana, por sentir, por viver. Queria dar uma oportunidade a si própria para renascer. Queria chamar por ajuda, chamar por alguém. Chamar por alguém que fosse mais do que só isso, só alguém. Queria chamar por ele. Talvez ele fosse diferente. Talvez ele não se limitasse a fingir. A fingir que compreendia. A fingir que queria ajudar. A fingir que a queria. E se não aproveitasse agora, quando aproveitaria? Se não falasse agora, quando falaria? Se não se abrisse com ele, com quem se abriria?
Virou-se, então, de costas para a parede branca por ela pintada de negro que há tanto fitava. Virou-se de costas para o seu passado, de costas para tudo o que a atormentava. Estava preparada para se salvar. Estava preparada para dar o determinante passo em direção à sua felicidade. Abrindo os olhos, encarou-o. Encarou-o e apercebeu-se que nada encarava. Porque o espaço que ele antes ocupava (será que fora da sua imaginação?) não denunciava a sua presença.
Sentiu-se traída. Ele, que sempre a seu lado estivera. Ele, que sempre a acompanhara. Ele, que sempre fora um sempre, sempre fora um tudo. Ele, que a abandonara.
Foi então que entendeu. Foi então que cresceu. Foi então que tudo fez sentido. Foi então que entendeu porque o amava. Ele não tentara resolver-lhe os problemas. Não tentara livrá-la da dor. Não tentara pressioná-la, não. Ele dera-lhe armas para lutar. Dera-lhe um abraço para o qual voltar. Dera-lhe inspiração para pensar. E agora, com a ajuda dele mas graças a si mesma, tinha uma voz para falar. E uma importante tarefa para executar. Pois era tempo de deixar de perder tempo. Era tempo de enfrentar o que há muito andava a evitar. Era tempo de viver. Era tempo de aproveitar. Era tempo de ser. Ser feliz. Muito feliz.

Luísa

"No fundo, todos temos necessidade de dizer quem somos e o que é que estamos a fazer e a necessidade de deixar algo feito, porque esta vida não é eterna e deixar coisas feitas pode ser uma forma de eternidade." - José Saramago

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