(Des)Respeito.
O problema é que nos habituamos. Habituamo-nos a ser subvalorizados, maltratados. Habituamo-nos a ser as marionetas de espetáculo alheio. E permiti-lo uma vez é abrir caminho para o permitir sempre. Porque uma vez que permitimos que outros nos faltem ao respeito, começamos lentamente a desgastar o respeito que sentimos, ou devemos sentir, por nós próprios.
Muito me revolta o tão elevado número de pessoas que sofrem de carência de amor próprio. Muito me revolta o quanto tantos se permitem ser usados pelos outros. Muito me revolta o pouco respeito que tantos exigem. Muito me revolta que cada vez mais o desrespeito seja aceite e, ainda mais grave que isso, banalizado.
É um facto que, infelizmente, em toda a nossa vida haverão pessoas que se acham superiores, que não nos acham dignos do seu respeito. Mas só nós podemos mudar o respeito que exigimos. Porque não há ninguém neste mundo, por mais rico, famoso, influente ou importante que seja, que tenha o direito de nos tratar com menos respeito do que merecemos. E é nosso dever fazer questão que relembramos disso a quem parece sofrer de amnésia.
É, no entanto, importante relembrar que exigir respeito não é "pagar na mesma moeda". Não é fazer o outro sofrer só porque também ele mal nos fez sentir. É sermos maiores. É mostrarmos a nossa superioridade ao reagir com maturidade e calma. É impor respeito sem exageros, sem violência. É não admitir que nos denigram.
Que não haja, então, ninguém que nos faça sentir menos dignos de respeito. Que não haja ninguém que nos inferiorize. Que ninguém nos faça duvidar que merecemos ser amados, bem tratados. Que a ninguém seja permitido diminuir o amor que devemos sentir por nós próprios.